Ensino privado é preferência, apesar de crise econômica no setor educacional brasileiro

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A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/55 foi aprovada no final de 2016 e propôs limite às despesas do governo brasileiro para 20 anos. Dentre os recursos a serem contidos estão os relacionados ao ensino brasileiro. O setor passará a receber 18% da arrecadação dos impostos no ano.

A crise econômica não foi sentida apenas pelo governo. Pais e responsáveis por alunos da rede privada de ensino também a sentem. Segundo a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), houve redução de 12% no número de alunos em escolas particulares. A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo recebeu 200 mil alunos vindos de escolas particulares em suas redes estadual e municipal de ensino.

Apesar da crise econômica, dados do Censo Escolar/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) de 2015 apontam que há mais alunos hoje em escolas privadas em Bauru do que em 2010. No mesmo período, o número de matrículas na rede pública de ensino caiu na cidade.

 

Gerson Trevizani Filho, diretor do Grupo Prevê Objetivo em Bauru, afirma que houve diminuição no número de matriculados em suas escolas. “Pais perderam o emprego, autônomos tiveram redução do seu faturamento mensal, então sem dúvida isso reflete no número de alunos e no aumento da inadimplência”. Segundo ele, foram feitas renegociações de valores para que os pais pudessem manter seus filhos na escola. Em alguns casos, “nem com a redução de preço os pais conseguiram manter os filhos e foram obrigados a transferir para o ensino público”, afirma.

Ensino privado é principal escolha entre os pais

Para as famílias em boas condições econômicas, escolas particulares são a principal escolha. Segundo Trevizani, a preferência pelo ensino privado se dá por diversos motivos. Os pais pensam, geralmente, na qualidade de ensino e material didático. Considera-se também o ambiente escolar, a segurança e o comprometimento dos educadores. As horas de aula e as médias de aluno por turma são diferentes entre as redes pública e privada. Escolas particulares apresentam número menor de estudantes, o que facilita o aprendizado. 

Mas para que o aluno tenha todos os benefícios listados pelo diretor é necessário um investimento por vezes elevado.

“Sobre o investimento, depende muito da escola, pois existe uma variação de preços grande de uma para outra. Calculando uma média, creio que [para manter uma criança em ensino particular] gasta-se aproximadamente 130 mil reais dos quatro anos de idade até a conclusão do ensino médio, isso em uma escola tradicional. Se for período integral, pode passar de 200 mil reais, isso sem computar outros gastos como uniforme, lanche e material didático”, afirma Trevizani.  

Em Bauru, segundo dados de 2010 do IBGE, a renda média per capita é de R$ 1.123,05. A distribuição de renda da cidade, porém, aponta para 40% em desigualdade econômica.

Reportagem: Mariana Pellegrini Bertacini

Produção multimídia: Lucas Ferreira

Edição: Mariana Hafiz

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