Nº 26 – 2015 | Moda
Mais do que uma importante forma de expressão pessoal e de personalidade individual, a moda é uma construção coletiva que segue a lógica cultural e política da sociedade. Desde o desenho da peça, passando pelo processo de produção, até cada roupa chegar ao público, há muita coisa que costumamos desconhecer ou desprezar.
A moda, ainda que pretenda, pela sua diversidade, atender ao mais diverso público, às vezes causa desconforto e exclusão a determinados tipos sociais. A fabricação de roupas com a numeração até o 44 ou 46 pelas grandes marcas, por exemplo, impede que muitas pessoas se expressem através da moda. Ou mesmo a escassez de vestimentas que atendam a pessoas com deficiências físicas.
Frente a isso, vários projetos atendem às pessoas fora do padrão estético ou ideológico atendido pelas lojas tradicionais. Dentre essas iniciativas, há os projetos e concursos de Moda Inclusiva, a moda plus size, que vem ganhando espaço no comércio de moda brasileiro, e até mesmo o Manifesto Compro de Quem Faz, de produção e consumo artesanal.
A produção e comercialização independente de roupas é importante por dialogar diretamente com as consumidoras e os consumidores, além de garantir um processo de fabricação que não viole os direitos humanos dos trabalhadores, problemática grave e comum em grandes indústrias da moda. Outra alternativa que visa o consumo sustentável de vestimentas, e menos pesado ao bolso, são os brechós, popularizados pela moda vintage. A rotina desgastante e, ao mesmo tempo, gratificante de costureiras, como Dona Eurides, também propicia peças exclusivas e estilizadas especialmente para seus e suas clientes.
As possibilidades são diversas e, dessa forma, “ficar na moda” torna-se uma tarefa mais fácil de se resolver. Com o intuito de aconselhar e dar dicas sobre roupas e combinações, os blogs de moda se tornam cada vez mais populares e influentes no vestuário das mulheres. Porém, moda não é só estética, é essencial compreender também sua relevância cultural e política, para não se apropriar da história e expressão de determinado grupo social.
NESTA EDIÇÃO:
Tendência ou apropriação cultural
Fora da Moda dos Direitos Humanos
Compro de Quem Faz: Uma alternativa à moda padrão
Boa leitura!
Camila Pasin – editora-chefe
camilacpasin@gmail.com
Mariana Caires – editora-adjunta
marianacaires1@gmail.com