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Crônica: A fluidez do cotidiano

Ritmo: tudo aquilo que flui. O sangue que flui em nossas veias, o tráfego que flui lentamente depois do feriado, a transação monetária que flui sem problemas. Ritmo na poesia é métrica; na fala, é prosódia; na vida, é necessário. Ritmo orienta, constrói, memoriza, cria movimento. E quando as pessoas saem do ritmo…

Elas harmonizam. Não há reação sem ação, não há ordem sem ter o que se organizar. A composição só é bela quando os pensamentos se sobrepõem, quando o contraponto tem voz, quando o tradicional maniqueísmo dá lugar a novas e diferentes frequências. As cidades não surgem de maneira aleatória; definem seus contornos aos poucos, até que se estruturam e passam a funcionar como a mais harmônica das músicas. É preciso voltar a perceber nelas o barulho. Ruído não é elemento cotidiano sem importância.

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Colaboração: Amanda Tavares e Leonardo Manffré

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