Bauru luta contra a dengue na proximidade do Carnaval
Secretaria da Saúde e Vigilância Ambiental realizam ações na cidade para combater a doença
Durante o verão, período com maior incidência de chuvas e altas temperaturas, crescem os índices de casos de dengue em todo o país. Isso se deve às condições favoráveis que o mosquito Aedes aegypti encontra nessa época do ano: temperaturas em torno de 30 a 35º C, água acumulada em lajes, garrafas e pneus devido às chuvas constantes. Assim, o risco de contrair a doença é grande, já que as características deste período tornam propícia a eclosão dos ovos do mosquito. E Bauru não foge à regra.
A preocupação fica ainda maior durante o Carnaval, período em que muitas pessoas saem em viagem, deixando em suas casas alguns focos de proliferação do mosquito transmissor da doença, como água parada em piscinas, garrafas, caixas d’água e sacos plásticos. Além disso, a cidade recebe pessoas de fora, que correm o risco de serem infectadas. Essa preocupação tem levado a Secretaria Municipal de Saúde, junto à Vigilância Ambiental da cidade, a realizarem algumas ações preventivas e de combate à doença.
As ações são feitas com base no último Levantamento do Índice de Infestação do Aedes aegypti (Lira), divulgado pela Secretaria de Saúde de Bauru. A pesquisa traz um panorama detalhado das regiões mais afetadas pelos focos da dengue na cidade e os tipos de criadouro predominantes. “Fizemos, em parceria com a Unimed, alguns arrastões de limpeza em bairros e regiões da cidade onde tínhamos muitos criadouros que podiam ser removidos. Materiais inservíveis, ferro velho etc. Tudo o que pode ser retirado da casa, a gente acaba recolhendo nesses arrastões”, afirma o Diretor da Vigilância Ambiental de Bauru, Daniel Godoy Tarcinalli.
Outras medidas estão sendo tomadas nas áreas mais nobres de Bauru. O Lira indicou que os condomínios da cidade apresentam problemas com bromélias e outras plantas. “A gente está fazendo um trabalho com os condomínios na formação de brigadas contra a dengue. Treinamos algumas pessoas que vão fazer visitas nas casas, eliminando os criadouros, cuidando dessas plantas, e, com isso, a intenção é que a gente diminua a infestação na cidade”.
Apesar das campanhas e ações, os dados ainda são preocupantes. Os números do último levantamento, divulgado em outubro (período com menor incidência de chuva), apontam que 3,3% dos locais da cidade estão infestados pelo Aedes aegypti. O índice considerado seguro pelo Ministério da Saúde seria de até 1%. O Levantamento que leva em conta os meses de dezembro, janeiro e fevereiro (época com maior incidência de chuva), ainda não foi divulgado, mas a previsão é que os números de infestação sejam ainda maiores.
Conscientização
Além do trabalho de campo de diminuição e eliminação dos focos da doença, a Vigilância Ambiental realiza ações educativas em escolas do município e empresas da cidade. “Fazemos teatro para as crianças nas escolas, palestras em empresas, trabalhos voltados para os jovens etc. Temos procurado trabalhar bastante com a divulgação na imprensa das principais atividades que estamos fazendo, bairros onde estamos atuando, para que as pessoas falem de dengue e pensem em dengue o tempo todo”, comenta Daniel.
Em fevereiro, a cidade também irá aderir à campanha “10 minutos contra a dengue”, do Ministério da Saúde. O objetivo da ação é incentivar que as pessoas, por 10 minutos semanais, façam vistorias em suas casas, procurando e eliminando possíveis criadouros. “A nossa intenção é aumentar a equipe. A gente acaba contando com as outras pessoas, porque o combate da dengue depende de todas as pessoas. Nas casas, empresas, escolas, em todos os lugares. O nosso papel é levar essas informações e fazer com que as pessoas façam parte do controle e façam isso toda semana”.
A melhor maneira de se evitar a doença, no entanto, é combatendo os locais de acúmulo de água, propícios para a eclosão dos ovos do mosquito Aedes aegypti. Para aqueles que forem viajar neste Carnaval, é importante revisar toda a casa, para ter certeza que nenhum local favorável a proliferação do mosquito seja deixado para trás.
Reportagem: Herculano Foz
Produção Multimídia: Gabriel Dos Ouros
Edição: Bheatriz D’Oliveira