Cursos de capacitação profissional são oferecidos gratuitamente à população
Mesmo escassos para o número de desempregados, os cursos facilitam a entrada no mercado de trabalho
Mayara Abreu Mendes
As normas para brasileiros demitidos sem justa causa sofreram uma alteração recentemente. No passado, pessoas que se enquadrassem nesse caso receberiam seguro-desemprego. Agora, aquele que for demitido sem motivos plausíveis pela segunda vez num período de dez anos receberá como auxílio do governo um curso de capacitação e qualificação.
No ano passado, os gastos com previdência e seguro-desemprego estouraram os orçamentos. Um dos motivos foi a troca de mão de obra barata por uma mais qualificada. A melhor saída que o governo encontrou foi o incentivo aos cursos de curta duração, que ajudam os profissionais a se qualificarem para o mercado de trabalho.
As políticas públicas sociais voltadas ao emprego recebem uma verba anual e tem ajudado o país, principalmente na mobilidade social. Porém, de acordo com o economista Reinaldo Cafeo, a verba é mal distribuída. “Recursos existem, mas falta gestão”, afirma.
Entretanto, a Secretaria do Emprego do Estado de São Paulo tem feito investimentos em cursos focalizados para cada região. Em vez de uniformizar cursos para todo o estado, estão oferecendo capacitação adequada para a mão de obra necessária em cada cidade.
Problemas
Aline Brennecke é formada em Recursos Humanos e Gestão Financeira e recentemente passou por um processo de demissão. Ela e a empresa entraram em acordo e Alinne acionou o seguro-desemprego. Ela já voltou a trabalhar em sua área e conta que o maior déficit da empresa é de gente capacitada. “A empresa também tem dificuldade de encontrar um profissional que veste a camisa”, complementa.
Outro problema para as vagas de emprego é a falta de experiência. Marina Sampaio vai se formar em Moda em junho, mas já está procurando emprego: “O que falta são pessoas qualificadas. Eu, por exemplo, nunca trabalhei na área. A maioria das vagas que eu vejo exige experiência, conhecimento em várias áreas… Então isso acaba dificultando bastante.”, conclui. Os cursos de capacitação e qualificação entrariam, nesse caso, como complemento da formação acadêmica e facilitariam o ingresso no mercado.
Bauru
Na cidade-pólo, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) tem feito seu trabalho: são oferecidos cursos gratuitamente para estudantes, jovens e trabalhadores. Apesar de ser um grande avanço, o número de vagas ainda é bem escasso devido à grande procura.
O cadastro para vagas deve ser feito no Posto de Atendimento ao Trabalhador da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT).
Uma das maiores fontes de capacitação para crianças, jovens e adultos trabalhadores são as organizações não-governamentais. Muitas delas têm como principal objetivo a inserção das pessoas à sociedade ou ao mercado de trabalho.
Recém-ingressante na universidade, Nicolle Amorim, de apenas 18 anos, já está pensando no futuro. Ela trabalhou como Jovem Aprendiz e foi através do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) que fez um curso sobre empreendedorismo e achou uma vaga. Como Nicolle não está à procura de um emprego, dispensou a oportunidade. Mesmo assim, acredita que a experiência foi válida. “Tenho certeza que tenho mais confiança e capacidade para encontrar outro”, conta.
Outro exemplo é a organização Mãos Estendidas. O projeto começou em 1999, entregando marmitex nas ruas da Zona Leste de São Paulo para moradores em situação de rua e encaminhando-os ao serviço público. Com o passar dos anos, o projeto tomou novas proporções devido às doações e ao apoio, desde o início, do Núcleo Assistencial Fraterno, e, desde 2009, conta com uma casa para ajudar os moradores de rua.
Lá, os assistidos podem realizar diversas atividades durante todos os dias da semana e têm acompanhamento de assistente social, psicólogo e advogado. Após acompanharem a situação de cada um, o grupo de voluntários busca a melhor forma de reinseri-los na sociedade, oferecendo cursos, oportunidades de emprego, palestras e uma grande estrutura emocional, psicológica, social e física para todos. O coordenador do projeto, Fábio Grandão, conta, com felicidade, que “os resultados são visíveis, já que, em três anos e meio de atendimento no Lar, 39 assistidos saíram da situação de rua e tiveram um retorno digno à sociedade”.
Serviço:
Pronatec – Telefone de atendimento: 0800 61 61 61, Opção 8
E-mail: pronatec@mec.gov.br
SERT Bauru – Rua Joaquim da Silva Martha 11-39
Altos da Cidade
Telefone: (14) 3234-9923/ 3223-7795
Mãos Estendidas – Telefone: (11)2093-6842
E-mail: fabiomaosestendidas@ig.com.br
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