Tratamentos não convencionais: a ciência explica
A música é calma, tranquila. Na mesa, um Jardim Zen de cores neutras e suaves contrasta com o branco do ambiente. No fundo, desenhos e modelos de partes do corpo humano pontilhadas como um jogo de batalha naval. Uma fina agulha de ponta arredondada penetra perpendicularmente as camadas da pele e nem chega a sangrar. Ela desliza.
É nesse ambiente que Marcelo Milanda pratica a acupuntura em seus clientes. O médico é formado no ensino superior convencional, em Biomedicina, pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e se especializou em acupuntura e hipnose. Além disso, também é terapeuta floral de Bach e Diretor do Instituto que leva o seu próprio nome.
Apesar da presença do ensino superior em seu cotidiano, o profissional direcionou majoritariamente seus estudos e trabalhos para um diferente tipo de medicina: a dita alternativa, ou complementar.
Marcelo, apesar de formado no modelo científico moderno, é crítico e expõe contradições presentes na linha tênue entre os métodos convencionais e tratamentos alternativos. “Tem um certo preconceito, mas hoje temos muitas revistas especializadas e trabalhos científicos em cima dessas terapias. A formação nossa é sempre uma coisa muito certinha, nada que eu não possa ver naquela hora e falar é assim mesmo. É tudo muito cartesiano. Mas hoje, a maioria delas – terapias alternativas –, são cientificamente comprovadas”, ressalta.
Essa não é a única visão sobre o tema. Também há pesquisadores que consideram que o conceito alternativo ou complementar nem exista, que a medicina é uma e só o que existem são outras formas de práticas, métodos e comprovações. Para Marcelo Milanda, a questão nem é essa, mas o foco é a maneira como o olhar científico ocidental está atrasado e só atualmente vêm conseguindo provar práticas que já se comprovam pela eficácia dos números e vêm ganhando adeptos no mundo todo. “A visão científica é diferente. A medicina chinesa, a acupuntura, elas trazem uma comprovação científica muito grande que a própria física quântica trouxe para a gente. Tudo é um desequilíbrio energético e isso é o que chocou a nossa medicina ocidental. Tem essa diferença aqui ainda entre a nossa medicina e a oriental, mas é mais por essa visão que a gente foi acostumado a ter no ocidente.’’
Ainda, se o modelo alopático, como são chamadas as práticas científicas convencionais, é marcado por especialistas em cada segmento do corpo, convém destacar que muitas das terapias complementares, como a acupuntura, vão na contramão disso. Um terapeuta costuma tratar diversos tipos e níveis de patologias, associa corpo e mente e inclui ainda diversos fatores para o diagnóstico e tratamento. Isso porque essas terapias fazem parte do que é chamada abordagem holística da medicina.
A Medicina Holística
Em vez de tratar os sintomas, essa abordagem busca a causa. Para ela, uma determinada doença muitas vezes pode ter origem emocional, pode ter origem no convívio da pessoa.
Conhecida por ser um ramo que trata problemas complexos de maneira simples, a medicina holística é hoje o modelo de tratamento de saúde que mais cresce no mundo. Nele o indivíduo é visto como um todo e não como a soma das partes dissociadas. Para esse tipo de tratamento, uma doença do corpo físico é reflexo das desarmonias já existentes nos corpos energéticos e emocionais.
Conheça histórias reais envolvidas com terapias alternativas
Reportagem: Leonardo Manffré
Produção Multimídia: Amanda Tavares
Edição: Vanessa Souza