Vivemos em uma época de ouro no Brasil? Somos considerados uma futura potência, nossos índices de desemprego diminuem, a classe média cresce e ainda somos sede da Copa do Mundo de 2014. Todas essas boas notícias mascaram uma realidade extramente preocupante: o país registrou mais de 50 mil casos de homicídios em 2012, lideramos o ranking mundial de violência contra homossexuais e somos apenas a 81ª nação mais pacífica do mundo.
Cada vez mais nos deparamos com cenas de violência, não só nas telas da televisão, mas no cotidiano. Medo e insegurança são sentimentos que o brasileiro tem que enfrentar a cada dia que passa. Justamente para promover uma reflexão sobre esta situação alarmante, a edição 8 do Repórter Unesp traz a Violência Social como tema.
Foi um grande desafio colocar esta pauta em prática: era alto o risco de ignorarmos questões fundamentais e sermos simplistas. E falar sobre violência social não é nada simples, já que ela envolve questões políticas, econômicas, históricas e, obviamente, sociais.Outro desafio foi delimitar qual seria nosso campo de trabalho e análise, pois o conceito de violência é extremamente amplo. Afinal, bullying, preconceito, machismo e até negligência são tipos de violência social.
No entanto, a definição dos conceitos foi só o ponto de partida para os objetivos reais desta edição. Nossa grande tarefa foi entender quais são as causas dos atos violentos, a fim de discutir soluções para eliminar este problema. Posse de armas, cercas elétricas, redução da maioridade penal, políticas públicas e direitos humanos são algumas das alternativas que nossa sociedade apresenta. Nosso trabalho foi refletir até que ponto cada um desses recursos é, ou não, eficiente.
Assim, esta edição não é mais um veículo que se limita a denunciar as calamidades cotidianas. Não somos tampouco uma cartilha dos direitos humanos, ou um manual prático do fim da violência. Mais que isso, essa edição é fruto de um trabalho de profissionais conscientes, que acreditam que a violência social merece ser colocada em debate. Nossa discussão só estará completa, no entanto, se você fizer parte dela. Dê a sua opinião e vamos, juntos, fazer a nossa parte para construir uma reflexão mais construtiva!
Renan Fantinato – Editor-chefe
NESTA EDIÇÃO:
Sequelas da violência na história da humanidade
Números da violência sem pudor, de gênero e cor
O direito de se acabar com a violência
Violência Social: um problema de desigualdade
Segurança privada para sanar a segurança pública
Prendam o bandido! Atendam às vítimas?
Redução da maioridade penal é a solução?
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