Browse By

A arte do futebol

Como o esporte se firmou enquanto fonte de entretenimento e também de negócios no Brasil, por meio da fundação do primeiro clube nacional e do apoio do brasileiro João Havelange, presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA), de 1974 a 1888.

Toda semana o futebol mobiliza milhares de brasileiros, que vão aos estádios assistir aos jogos, acompanham cada lance pela televisão ou ainda jogam a famosa pelada no final de semana. Parece natural dos brasileiros, mas, de acordo com Tuca Américo, professor de comunicação da Unesp e líder do Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol (GECEF), o esporte se consagra como entretenimento no Brasil com a criação dos clubes. “O futebol apresenta uma face lúdica sempre ligada ao entretenimento, mas se firmou como tal a partir da criação dos clubes que mantinham traços de identidade com as comunidades as quais representavam”, acredita Tuca. “Nesse contexto, entretenimento é tudo aquilo que fazemos como lazer em oposição ao trabalho”, acrescenta o professor. Ele também afirma que o futebol nasce como uma atividade física.

A diversão presente no futebol se manifesta por meio de várias atividades cotidianas de brasileiros de todas as idades: jogos de vídeo game, como FIFA 2014 e Pro Evolution Soccer (PES), peladas e jogos amadores, futebol de salão, conversas nos bares sobre o assunto, etc. Muitos autores brasileiros, como Nelson Rodrigues  e Roberto da Matta já falavam do futebol como entretenimento e da sua importância para a cultura do país.

INFOOOO

Tuca também acredita que o futebol não é só entretenimento, mas também negócio, assim como o cinema e a música, por exemplo. Nesse sentido, a televisão tem um papel fundamental nesse mercado. Segundo pesquisa realizada pela Enterprise Brasil em 2003, 74,5% dos torcedores assistem aos jogos pela TV, 26,5% vão aos estádios e 11,2% acompanham as partidas pelo rádio. De acordo Jovino Pereira, em “Futebol, de Esporte Amador a Negócio de Entretenimento e Lazer em uma Sociedade Midiatizada”, o futebol se firmou como negócio de entretenimento a partir de 1970, com o apoio da FIFA. “Foi graças à Adidas, maior fabricante de material esportivo na década de 70 e a Coca-Cola, que já tinha experiência em patrocinar eventos esportivos, como as Olimpíadas, que a FIFA pôde implementar o ambicioso projeto de globalização do futebol, pela África, Ásia e Estados Unidos”, afirma Jovino.

“A TV possibilitou aos clubes atingirem novos mercados e formarem novos torcedores / consumidores, mesmo em regiões afastadas geograficamente”, acredita Jovino. Dessa maneira, entram os direitos de transmissão dos jogos que são comprados pelas emissoras de televisão, responsável por aumentar o faturamento dos clubes. O estudioso também afirma que o surgimento do patrocínio no futebol surgiu por dois principais motivos: comercialização crescente da televisão e aumento do interesse do púbico por atividades de lazer. Somados, patrocínio e direitos de transmissão geram o maior faturamento dos clubes brasileiros na atualidade. Sendo assim, é impossível pensar no futebol como um negócio isolado ou como apenas uma fonte de entretenimento. Hoje, eles estão intimamente relacionados.

 

Reportagem: Mayara Alves dos Reis

Produção: Felipe Altarugio

Edição: Julia Germano Travieso