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Uma rua chamada de lar

Não é raro andar por Bauru e encontrar um gato ou cachorro vagando pelas ruas, te seguindo até a sua casa ou cavando um lixo atrás de comida. Pior que isso, além de não ser rara a cena se repete com maior frequência do que deveria. Segundo dados da prefeitura de Bauru o número de animais abandonados pela cidade corresponde a cerca de 10% da população humana residente, ou seja, com aproximadamente 360 mil habitantes (de acordo com o censo de 2009), Bauru possui 36 mil animais sem dono.

Os números aumentam progressivamente. A irresponsabilidade de donos de animais domésticos e a falta de uma política de castração eficiente na cidade são os fatores de maior contribuição para o aumento de animais nas ruas. Mais do que um problema exclusivo de descaso, o abandono está diretamente ligado a um problema de saúde pública.

Além do risco que correm vivendo nas ruas (fome, frio, chance de atropelamento), esses animais também podem causar doenças como a leishmaniose, e, em alguns casos, trazer medo e desconforto a quem não tem tanta proximidade aos bichos.

Mesmo sendo considerado crime previsto por lei, isso não assusta muito menos impede que esses animais sejam largados na rua à própria sorte. A pena para quem pratica tal ato é pequena, variando de três meses a um ano de detenção e multa. Apesar da falta de consciência da população, a Prefeitura também não deixa de ser irresponsável em relação a esse assunto. Com uma política de castração sem funcionamento e sem apoio necessário ao CCZ, as ONG recolhimento desses animais das ruas.

A maioria dessas entidades não governamentais é formada por quem realmente gosta de animais e tem empenho em cuidar e fazer o melhor para esses bichinhos, mesmo sem ter a obrigação de tirar eles. É às ONG casos denunciados à polícia. Após verificação, a delegacia encaminha a essas entidades casos que podem tratar mais rapidamente que ou CCZ ou a prefeitura.

O Centro de Controle de Zoonoses faz o possível para atender o maior número de casos que são encaminhados. Porém a superlotação dificulta o tratamento de todos os animais. Além de participar junto à Prefeitura da política de castração, o CCZ também promove feiras de adoção periódicas, assim os animais do centro têm a chance de se estabelecerem em um lar, e os que estão na rua podem ser cuidados e ficar abrigados por um período até a adoção.

Apesar de ter quem abandone, também existe quem ajude e se preocupe com animais. O voluntariado é uma das principais formas de resgate e cuidados aos bichos. As constantes denúncias e publicações nas redes sociais mobilizam e chamam atenção de quem tem condições de tratar ou resgatar os animais das ruas. Além disso, a Prefeitura tem estudado a possibilidade de criar um departamento específico para a castração de gatos e cachorros, diminuindo, por hora, o crescimento do número de animais sem lar. Por isso faça a sua parte, denuncie casos de abandono e maus tratos à DP de Crimes Ambientais, atente se não há nenhum animal vagando ou morando por perto da sua rua, avise ao CCZ, vá a uma das feiras de adoção promovidas pelo Centro, dizem que a companhia de um animal vale mais que a de um humano.

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Reportagem: Mariana Amud

Produção/Edição: Felipe Navarro

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