Ginástica: quando dança e esporte se encontram
A ginástica artística tem crescido no Brasil graças à visibilidade que atletas como Daiane dos Santos, os irmãos Daniele e Diego Hypólito, Jade Barbosa e Arthur Zanetti trouxeram ao esporte depois de competirem em grandes torneios como os Jogos Pan-Americanos e as Olimpíadas. No entanto, entre a ginástica artística e a de academia, existem várias modalidades, nem sempre competitivas, mas que sempre exigem força, flexibilidade e coordenação motora.
Segundo Rubens Venditti Junior, professor do Departamento de Educação Física da Unesp de Bauru que leciona a disciplina de Ginástica Geral na Escola, “a prática sempre se reinventa, seja como ginástica multifuncional, aeróbica, terapêutica, reabilitativa, hidroginástica e geral, nem sempre ela tem fins competitivos, mas em todas as áreas o vínculo com a saúde é muito forte.”
As modalidades voltadas para a competição de alto rendimento e que estão presentes nos grandes torneios, como as Olimpíadas, são a Ginástica Artística, a Rítmica e a de Trampolim. Mas qual a diferença entre elas?
Na artística, apesar de as provas serem disputadas por equipe, as apresentações são individuais e duram entre trinta segundos a um minuto e meio. As competições são separadas em masculinas e femininas e acontecem em seis aparelhos entre os homens e em quatro para as mulheres.
A ginástica rítmica é uma modalidade exclusivamente feminina. As competições envolvem cinco aparelhos – arco, bola, fita, corda e maça – usados pelas atletas enquanto acompanham o ritmo da música escolhida. Assim como na artística, as provas podem ser individuais ou em grupo. Já na ginástica de trampolim, o ginasta salta a uma altura de aproximadamente seis metros em um trampolim e deve executar cerca de vinte movimentos acrobáticos.
E no Brasil?
A equipe brasileira de ginástica rítmica pode não ter grande destaque, mas já conquistou alguns títulos, tendo sido vencedora das provas em grupo nos Jogos Pan-Americanos de 1999 e 2007. Nas Olimpíadas, o melhor resultado foi um oitavo lugar em Sidney (Austrália) no ano 2000. Já a de trampolim não tem títulos expressivos internacionalmente e atletas dessa modalidade sofrem por falta de apoio.
Diferente da rítmica e do trampolim, a ginástica artística vem ganhando visibilidade cada vez maior. O Brasil vem com boas chances de medalha nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. No masculino, Arthur Zanetti é a grande aposta para repetir o ouro que conquistou nas argolas nas Olimpíadas de Londres em 2012.
Nas provas femininas, as jovens Rebeca Andrade, Lorrane Oliveira, Julie Kim Sinmon e Flávia Saraiva se unirão às experientes Jade Barbosa e Daniele Hypólito em competições internacionais. As atletas pretendem ficar entre as oito melhores no Campeonato Mundial, que ocorrerá na Escócia este ano, para conseguirem a vaga por equipe no Rio-2016. A intenção da equipe masculina é a mesma.
O papel do Estado
Para o professor Rubens, faltam “projetos sociais que valorizem a vivência com o esporte, levá-lo a comunidades e permitir que todos tenham chance de ter contato com ele. Além da vivência, a chance de desenvolvimento de mais talentos para todos os esportes, não só a ginástica, pode ser muito maior.”
Com isso, por mais que muito esteja sendo alcançado, o Brasil ainda precisa evoluir em muitos aspectos. Segundo Deborah Muzeka Lanzetti, coordenadora da equipe de ginástica artística de Bauru, “o país tem muito a aprender com outras nações, que regem todos os esportes igualmente.”
Para saber um pouco sobre o trabalho de Deborah à frente da ginástica artística bauruense, clique aqui.
Reportagem: Ana Oliveira
Produção multimídia: Amanda Moura
Edição: Victor Rezende
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