Branco é a cor mais quente
Quando a Academia lançou sua lista de indicados ao Oscar em 2015, algo chamou a atenção dos internautas: ela era incrivelmente branca. Entre as cinco principais categorias individuais, não havia nenhum negro, fato que não ocorria desde 2011.
No Twitter, fãs de cinema criaram as hashtags #OscarsSoWhite (Oscar tão branco) e #WhiteOscars (Oscar branco) como crítica às indicações. Após a premiação no domingo, o prêmio de Melhor Fotografia dado ao filme Selma, sobre as lutas de Martin Luther King, soou como prêmio de consolação.
A falta de diversidade nas indicações, embora não ocorresse desde 2011, fez lembrar que Hollywood e a Academia carregam uma histórica lacuna racial:
Por que devemos falar sobre isso?
Mídia é representatividade. Alguém como Lupita Nyong’o, Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2014 por “12 Anos de Escravidão”, no tapete vermelho não é só mais uma atriz. Questiona e subverte o padrão de beleza predominantemente branco construído pelas telas.
O problema, então, não é só o Oscar 2015. É toda a cultura por trás da indústria hollywoodiana. E hashtags como a #OscarsSoWhite e #WhiteOscars mostram não só que é a mudança é necessária, mas também que ela aos poucos se torna tema de questionamento social.