Broadfy – jornalismo cidadão
Disponibilizar conteúdos na internet sempre foi algo fácil: colocando nas redes sociais, eles podem chegar a todas as partes do mundo. Mas não seria bom se esse material que serve de auxílio à produção de notícias pudesse render lucros para quem o produziu? Foi com esse pensamento que surgiu o Broadfy.
A ferramenta tem base na Espanha, tendo sido criada e desenvolvida por Rafaelle Pecorario em 2014. Em entrevista à IJNet por e-mail, Pecorario destacou que a principal intenção do Broadfy é a de desenvolver o jornalismo cidadão, visto que essa forma “responde à demanda por informações de testemunhas oculares instantâneas e conteúdo original de todas as partes do globo”.
Atualmente, a ferramenta conta com cerca de 100 usuários ativos e mais de 300 cadastrados. A grande maioria é espanhola, mas existe uma perspectiva de crescimento para todo o mundo, de acordo com o criador.
Com o Broadfy, as pessoas podem fazer upload de fotos, vídeos e áudios. Na plataforma do aplicativo, esse conteúdo é colocado à venda. Se alguma agência de notícias ou jornalista quiserem fazer uso desse material, eles podem comprá-lo pelos preços estipulados:
Os produtores desse conteúdo recebem entre 50% e 75% do valor recebido pelo Broadfy – é onde se encontra o lucro do aplicativo, uma vez que qualquer pessoa pode se cadastrar sem custo algum.
Vantagens e desvantagens
A principal vantagem do Broadfy é que o usuário pode fazer vídeos, áudios e fotos e upá-los no site, permitindo que empresas midiáticas vejam esse material e, caso se interessem, paguem por ele. Ou seja, você tira uma foto, envia ao site e pode receber até 49 euros por ela. Se for um vídeo, o valor sobe para até 139 euros.
Uma das principais vantagens do Broadfy é o fato de ele não ser pago. O usuário pode se registrar de graça, apesar de 25% a 50% do lucro de vendas ficar para o site, mas teoricamente não se “perde”, apenas se ganha menos.
O usuário não precisa ser jornalista para postar seus vídeos e imagens e vendê-los, e, por ser uma ferramenta ainda bem nova e com poucos usuários, a visibilidade dos vídeos e fotos é potencializada e as chances do seu conteúdo ser encontrado por compradores é maior.
Tanto o site quanto o aplicativo móvel são intuitivos, fáceis de utilizar e com interfaces muito amigáveis. Além disso, o aplicativo para o sistema Android é leve e ocupa pouco espaço dentro do smartphone, o que permite que, em celulares com memórias mais modestas, conteúdos audiovisuais sejam feitos e publicados quase imediatamente se houver internet.
Outra vantagem é o fato de o pagamento ser feito apor meio do Paypal, uma das plataformas mais conhecidas e usadas para transações econômicas, presente em mais de 190 países.
O maior problema do Broadfy no momento é justamente ser ainda muito novo e pouco conhecido. Outra desvantagem é o fato de que, apesar de ser uma plataforma espanhola, tanto o site quanto o aplicativo só possuem interface em inglês.
Uso no jornalismo
O Broadfy foi pensado com a clara intenção de auxiliar jornalistas no exercício individual da profissão. Portanto, ele é uma oportunidade interessante para profissionais freelancers ou mesmo jornalistas cidadãos que venham a produzir conteúdo sobre algum assunto específico e tenham a exclusividade que um repórter tradicional não tem.
Ele é uma opção bastante útil num momento em que as redações estão diminuindo e mais gente pode tentar ser produtor de conteúdo. Ao fazer a ponte entre jornalistas e sites e agências de notícias, o Broadfy também é uma oportunidade para o profissional se destacar caso apresente um texto bom e uma apuração competente, visto que a plataforma não está saturada e visa uma troca comercial de serviço.
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Por Amanda Moura, Giovanna Hespanhol, Marília Garcia e Victor Rezende