Saúde na Câmara de Bauru: muitos projetos, poucas soluções
Poder público em Bauru deixa de lado a saúde e coloca população em risco
Os números da saúde em Bauru são expressivos. Dos 17 vereadores da cidade, 3 são médicos. Entre os muitos projetos de lei, 10 são voltados para a saúde. Esses são dados que deixariam qualquer cidadão animado.
O problema aparece quando compara-se esse quadro com os pedidos não atendidos. O que estaria por trás de 39 solicitações de reforma ou construção de unidades de saúde? Ou até 7 requisições de verbas ou novos equipamentos para a saúde pública? A resposta, para o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho (PMDB), é o estado de calamidade da saúde no município. Em 8 de agosto de 2013, ele anunciou crise no setor de saúde da cidade depois de seguidas mortes em razão da falta de leitos hospitalares. De lá para cá, pouco se fez.
Um exemplo é a situação da dengue. A cidade de Bauru se tornou perigosa para os seus moradores durante o verão e a primavera. Os números de 2015 são assustadores. Houve um crescimento de 43 vezes no número de casos da doença em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. Até o momento, foram registrados mais de 1.500 casos.
Curioso, porém, é ver como os veículos de comunicação locais abordam a temática. Ao invés de questionar o posicionamento do poder público, colocam em cheque os hábitos da população. Será culpa dos bauruenses o fato do lixo acumular? Ou até mesmo a não inspeção por parte dos assistentes sociais?
A população precisa saber se os pedidos de verba e de melhores unidades de saúde serão atendidos, ou até se os projetos de lei para o município resolverão os problemas da cidade, como a sistemática e agora rotineira epidemia de dengue.
Reportagem: Pedro Borges
Produção Multimídia: Bianca Arantes
Edição: Amanda Moura