Nº 30 – 2016 |Trabalhadores invisíveis em Bauru
O cotidiano da nossa sociedade torna-se a cada dia mais corrido e exaustivo. As obrigações e compromissos parecem se multiplicar em uma velocidade assustadora. Todos parecem estar correndo, durante o tempo todo. Nessa correria, pessoas que vemos todos os dias têm seus rostos e seus nomes borrados em nossas memórias.
Em seu caminho para o trabalho, para a faculdade, você nota a presença de um gari varrendo a rua, do porteiro do seu prédio, do motorista ou cobrador de ônibus? Você os cumprimenta com um bom dia, ou simplesmente passa por eles com total indiferença, os “vê” através de um filtro com efeito translúcido?
Essa é uma atitude recorrente e característica da invisibilidade social, que aplica-se em especial à profissões que, apesar de fundamentais para o funcionamento da sociedade, são totalmente ignoradas por ampla parcela da população. Quer por preconceito, quer por pura e simples indiferença, ou até mesmo distração, vivemos uma despersonalização, uma banalização do indivíduo, tornando-os em grande parte “objetos” da paisagem urbana.
Depois de perceber o quão presente em nosso dia a dia esses trabalhadores estão, esta edição do Repórter Unesp traz para o debate, o ponto de vista dos próprios trabalhadores, tanto dos informais, como as diaristas que trabalham em repúblicas e casas de família, quanto dos trabalhadores formais que cuidam da limpeza da cidade e os de dentro da própria Unesp. O objetivo é dar a voz para essas pessoas, mostrá-las para todos e contar como se sentem. Tirar essa “capa de invisibilidade” que foi costurada sobre suas peles.
A partir desta exposição, buscaremos abrir os olhos da sociedade, proporcionar certo reconhecimento a estes trabalhadores. É como dizia Rubem Alves: “Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido”.
Boa leitura!
Daniel Linhares – Editor-chefe
daniel_linhares@hotmail.com
Tatiane Degasperi – Editora-adjunta
tatiane_0702@hotmail.com
NESTA EDIÇÃO:
As horas pesam sobre os ombros
Os trabalhadores (não tão) invisíveis da Unesp Bauru
Pelo espaço público de Bauru: os trabalhadores têm muitas histórias para contar
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