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N° 33 – 2016 | Entre quatro paredes

Para desconstruir o tabu sobre prazer anal, é necessário falar sobre o assunto (Foto: Caroline Mello)

Para desconstruir o tabu sobre prazer anal, é necessário falar sobre o assunto (Foto: Caroline Mello)

Sexo. Alguns dizem que o mundo gira em torno dele. Tudo é sobre sexo, e sexo se torna poder. Nascemos, crescemos, nos desenvolvemos, aprendemos, nos arrumamos, saímos e bebemos. Tudo com essa única finalidade. Contudo, uma das coisas que supostamente diferencia os seres humanos dos demais animais é o sexo como algo prazeroso, que vai além de um meio de reprodução e perpetuação da espécie. A edição procura dar destaque aos praticantes que as pessoas se esquecem – os “invisíveis” sexualmente – e adictos. Além disso, faz-se necessário debater sobre tabus, generalizações e preconceitos decorrentes da temática.

Nunca falou-se tanto sobre sexo, fetiches e práticas inusitadas. As pessoas atualmente sentem muito mais liberdade para falar de suas vidas sexuais com naturalidade, sendo um dos assuntos mais acalorados nas mesas de bar. Dentre práticas polêmicas, uma das desconstruções mais necessárias que a revista traz é sobre o prazer anal em homens, sobretudo em heterossexuais: é importante pensar por que o ânus não pode ser explorado também em relações heteroafetivas sem haver taxações e preconceitos.

Há também de se falar dos insaciáveis, caracterizados como compulsivos, sendo o caso da ninfomania – nas mulheres – e da satiríase – nos homens. Não, não são pessoas que apenas pensam em sexo 24 horas por dia: a compulsão os impede de realizar tarefas básicas do cotidiano, de trabalhar, de pegar um ônibus; afetando-os de forma que a maioria das pessoas não consegue imaginar.

Numa segunda categoria dos sexualmente ativos estão aqueles cuja prática sexual não é retratada nem abordada pela mídia tradicional, como pessoas com necessidade física, intelectual e na terceira idade. Eles também fazem sexo, eles têm desejos, fetiches e curiosidades, e qualquer dificuldade não é fator limitante para que não explorem sua libido.

Assim como os praticantes invisíveis, há aqueles em que ainda não se interessam por ter uma vida sexualmente ativa, e a desejam somente após o casamento: é o caso dos jovens adeptos ao Movimento Eu Escolhi Esperar. Para os desinformados sobre a mobilização, a proposta é ir além de somente preservar a virgindade, e sim atingir um estado pleno de pureza física e espiritual, conectando-se com Deus, e esperando a pessoa certa para o início da vida íntima.

Seja praticando muito, pouco ou quase nada de sexo, a edição procurou trazer temas com abordagens diferentes das que circulam pelos meios de comunicação. A proposta era ir além de manchetes sobre “os mais novos brinquedos eróticos” ou “as 10 posições mais favoráveis ao orgasmo feminino”, pois desejou-se trazer a voz de quem tem uma relação diferente com o ato sexual, seja por motivos religiosos, físicos, emocionais ou intelectuais.

Veja a edição na íntegra e desconstrua-se. Boa leitura!

Bárbara Christan – Editora-chefe

barbaraschristan@gmail.com

Bheatriz D’Oliveira – Editora-adjunta

bheatrizdoliveira@gmail.com

NESTA EDIÇÃO:

Desconstruindo o prazer anal

Opinião | A vida e tormento de uma ninfomaníaca

A limitação é apenas física

Interesse sexual não se esvai com o tempo

Opinião | “Eu Escolhi Esperar” e a mobilização da juventude

Síndrome de Down e o desenvolvimento da sexualidade

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