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Comunidade anima feriado com cultura de periferia e futebol

A cultura ganhou passe livre nesta segunda-feira (1º de maio) em Nova Esperança, bairro periférico de Bauru. O Dia do Trabalhador foi uma boa oportunidade para os moradores se divertissem com grupos de pagode, Hip Hop, oficinas, um campeonato de futebol e rodas de capoeira.

O evento “A Cultura Pede Passagem” durou mais de dez horas e contou com aulas rápidas de amarração de lenços coloridos na cabeça com Nina Barbosa, conhecida em Bauru por fazer o “Turbantaço”. O ato é uma forma de resistência da população negra, mas qualquer pessoa pode usar o turbante, defende Nina. Ela falou mais sobre o Repórter Unesp aqui.

Queria estar lá? Confira nossa galeria (produção fotográfica: Ana Flávia Cézar):

[ngg_images source=”galleries” container_ids=”14″ sortorder=”133,136,132,137,131,128,135,127,126,134,129,130″ display_type=”photocrati-nextgen_basic_imagebrowser” ajax_pagination=”1″ template=”default” order_by=”sortorder” order_direction=”ASC” returns=”included” maximum_entity_count=”500″]Realizada pela Organização Gomes de Inclusão Social de Bauru, a festa tem como objetivo mostrar um pouco da cultura da periferia da cidade. O animou parte de Bauru que fica mais distante do centro, onde normalmente acontecem os eventos culturais.

“É importante trazer esses eventos para cá porque muita gente não tem nem o passe para ir à cidade”, afirma Benedito Gomes, organizador da atividade.

 

O bairro Nova Esperança engloba hoje outras construções de prédios residenciais que chegaram à comunidade. Mas o crescimento foi apenas populacional, segundo alguns moradores entrevistados.

“A gente não tem um projeto, um bom posto de saúde, escola e não tem evento nenhum. Por isso que em datas comemorativas nós fazemos um evento organizado pela comunidade”, afirma Flávio Peixoto, morador do bairro.

O evento também teve um caráter de mobilização política no bairro que está sem associação de moradores. “Esse evento é também para os políticos verem o bairro com um olhar diferente”, completa Peixoto.

Som na caixa

A Secretaria de Cultura de Bauru cedeu apenas o aparelho de som, que deu conta do recado na tarde de segunda-feira: grupos de jovens se formaram perto das caixas de som para dançar funk, sertanejo, ou mesmo o pagode ao vivo que rolou com o grupo Nova Era, última atração a tocar, que ficou até as 19h.

Benedito aprovou o resultado do evento e acredita que atingiu alguns de seus objetivos. Um deles era promover a integração na comunidade. Ele explica que, como o bairro cresceu muito nos últimos anos, é importante que a comunidade tenha um momento de descontração para se manter unida. “É uma hora propícia para as pessoas se conhecerem”.

A última atração, uma bateria com jovens de comunidades de Bauru, não pôde tocar por ter emprestado os instrumentos para outro grupo. Ela está em construção e seu organizador esteve no evento. Apesar de não poder tocar dessa vez, o projeto continua de pé.

“As pessoas que tocam são do Jaraguá e também de Nova Esperança. O instrumento muda a cabeça deles. Tira da rua, das drogas. Eles vão para o campo e tocam comigo”, afirma o coordenador da bateria Valdecir Adão, mais conhecido como Mestre Fião.

 Nova Esperança e o Futebol

Bairro de jogadores como Donizete Oliveira, ex-futebolista da Seleção Brasileira, e de Edimilson Gomes, que jogou no São Paulo Futebol Clube, a atração que mais engajou os moradores foi o campeonato de futebol. Debaixo do sol quente, dez times disputaram os troféus de primeiro, segundo e terceiro lugar, cedidos pela organização.

Individualmente, era possível receber 50 reais caso o jogador se destacasse como artilheiro ou goleiro. Edson Vasconcellos foi quem ficou responsável pelo campeonato. Ele afirma que a parte mais difícil da organização foi conseguir infraestrutura.

A acirrada disputa de pênaltis no último jogo deu o primeiro lugar ao time Quebrada Pé de Gato. Em segundo, veio o Três América e, por último, o MRV Esporte Clube, que recebeu esse nome por conta da formação do time: a maioria dos jogadores trabalham na construtora. Roger Vinícius, de 19 anos, jogou no time vencedor. Ele aprovou o evento: “Nova Esperança é muito grande, tem que divulgar mais e ter mais coisas desse tipo”.

 

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