O consumo de bebidas alcoólicas é um costume que acompanha a história do ser humano. Dionisio, na cultura grega, ou Baco, na cultura romana, são os deuses do vinho e das “bebedeiras”. Osiris, deus da agricultura, da vida após a morte e o criador da civilização, foi o primeiro a produzir o vinho, segundo a mitologia egípcia. Para os etruscos, Fufluns era o senhor da felicidade e do vinho. Todas essas culturas, e várias outras, celebraram e enalteceram a imagem do alcoólico.
A constante presença do álcool na mitologia ilustra a importância que elas tiveram para a humanidade. Além de ser usado em celebrações e ritos, a história relata que ele ajudou a controlar epidemias, a solidificar as sociedades democráticas e a aumentar o conhecimento humano sobre as reações químicas. A mitologia, porém, detalha também os perigos do vinho: certa vez, quando Baco pediu ajuda a alguns marinheiros para que o levassem a sua terra natal, esses decidiram, com cobiça, tentar explorar os poderes do deus do vinho. Quando Baco percebeu a trama, puniu todos os marinheiros severamente.
O Repórter Unesp, em sua quadragésima quarta edição, traça um retrato das bebidas alcoólicas, temática tão intrínseca na humanidade. Tentamos não apenas mostrar as verdades por trás do seu uso abusivo, mas também a importância para a economia do país, bem como apresentar as bebidas típicas da América latina.
O álcool começou a ser visto como vilão pela sociedade a partir da Revolução Industrial, cuja produção e fabricação passou a ser feita em larga escala. Por essa razão, seu consumo aumentou exponencialmente. O exagero no consumo chegou a resultar na criação de políticas públicas, que tentaram não somente diminuir o uso como também barrar a fabricação das bebidas. Um exemplo disso foi a criação da Lei Seca, em 1920, nos Estados Unidos.
No entanto, apesar do álcool ser tratado hoje como um assunto de saúde pública, existe na sociedade toda uma cultura que faz com que o jovem seja introduzido ao mundo das bebidas alcoólicas, inclusive que a lei de idade miníma para consumo seja ignorada em reuniões de família ou entre amigos. A cultura de festas e de confraternizações é totalmente controlada pelo álcool, sendo muito difícil ir a um evento que não tenha bebidas alcoólicas. Em contrapartida, há aqueles que ainda preferem não beber. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possuí uma proporção relativamente grande de abstêmios.
Ao mesmo tempo que seu consumo exagerado traz inúmeras problemas à sociedade, como o alcoolismo, e, por consequência, o aumento da violência doméstica. Ele, quando visto de maneira saudável, é um importante movimentador da economia. Seja com a produção das maiores bebidas do Brasil, a cerveja e a cachaça ou com a venda de bebidas gourmetizadas. Outro exemplo da importância das bebidas alcoólicas é o aumento na procura de profissões ligadas a esse ramo, como os sommeliers.
E você, leitor? Já pensou qual o impacto das bebidas alcoólicas na sua vida?
Veja abaixo as reportagens desta edição na íntegra. Boa leitura!
Editora-chefe: Patrícia Konda
Editor-adjunto: Vitor Azevedo
Gestora de Mídias Sociais: Bárbara Paro Giovani
Nesta Edição:
Cultura do álcool: dos filmes, da publicidade e do mundo real
Jovens começam a consumir álcool cada vez mais precocemente
A escolha pelo “não”: abstêmios e a pressão pelo consumo do álcool
Políticas públicas do álcool no Brasil
Alcoolismo: doença crônica incurável com tratamento acessível
Da embriaguez à agressão: o delicado vínculo entre o abuso de álcool e a violência doméstica
Gourmetização das bebidas alcoólicas no Brasil
Do Brasil colonial para o mundo: como a cachaça influencia o país
Impulsionado pelo interesse em vinhos, mercado de sommeliers cresce no Brasil