Tapete vermelho, trajes à rigor, celebridades, grandes nomes da indústria cinematográfica reunidas em um só lugar. Muita tensão no ar para o grande momento da cerimônia: quando os dizeres “and the Oscar goes to…” é pronunciado. O Oscar é o evento de maior prestígio, audiência e pompa da TV em escala mundial, sendo aguardado por milhões de pessoas, seja por aqueles que pretendem sair do Teatro Dolby (em Los Angeles, nos Estados Unidos) com uma estatueta, como para o público e críticos que acompanham pela TV.
Apesar de muita gente conhecer o Oscar sem precisar de muita apresentação, os indicados e votação dos filmes ainda são mistério para os leigos. Afinal, como são escolhidas as obras? Quem vota neles? Por que os longas de grande bilheteria quase nunca são inclusos? Venha descobrir!
Por trás do evento
O Oscar é uma premiação oferecida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, fundada em 1927 com o intuito de reunir profissionais da área: cientistas, artistas e, etc. Surgiu quando “os filmes começaram a ter uma produção maior e os Estados Unidos descobriu rápido que isso era uma indústria que podia gerar grandes lucros. Dois anos depois, em 1929, [a Academia] deu a primeira premiação e era um evento muito simples, que durou 15 minutos e qualquer pessoa podia comprar o ingresso por cinco dólares na época”, conta o produtor audiovisual Evandro Souza. A partir de então, a cerimônia acontece anualmente entre os meses de fevereiro e março.
A instituição possui mais de seis mil membros atualmente e todos são votantes. Para conseguir ingressar na Academia, existem três meios: se candidatar à vaga, ou seja, cumprindo diversos requerimentos (como ter seu nome creditado em três filmes considerados bons pela organização, ou ainda por um determinado tempo de trabalho na área); ser indicado ao Oscar; e por politicagem, ou seja, convencer outros membros aceitarem seu ingresso, mas só poderá ser incorporado se atuar na profissão. Além disso, é preciso o convite da Academia. Após o ingresso, o novo membro só poderá exercer a função correspondente a uma área, ainda que seja um profissional diversificado. Ou seja, um ator que também seja diretor, só deverá atuar somente em uma das duas funções.
A revisão dos novos membros ocorre toda primavera do hemisfério norte (outono no Brasil) e, por causa de recente críticas – como o boicote dos artistas em 2016 -, a Academia está recebendo pessoas de diversos países, além de incluir uma quantidade maior de minorias em sua equipe, tendo uma diversidade maior de gênero e etnias.
Indicação e votação
Para ser indicado ao prêmio, produtores dos filmes devem preencher um formulário chamado Official Screen Credits. Contudo, só existe possibilidade real de ser escolhido aqueles que seguirem todas as regras estabelecidas pela Academia. Entre elas, o filme deve, primeiramente, ter mais de 40 minutos de duração; deve ser exibido em algum cinema de Los Angeles por, pelo menos, sete dias consecutivos (mesmo os filmes estrangeiros); deve ser lançado a partir do dia primeiro de janeiro até antes da meia noite do dia 31 de dezembro do ano anterior ao evento (que acontece em fevereiro ou março); e, obrigatoriamente, estrear nos cinemas, ou seja, filmes feitos para TV, internet e outros meios não podem participar do da premiação; entre outros requerimentos.
Com os formulários entregues, os filmes começam a ser votados, bem como a escolha dos artistas indicados. Assim, os membros da Academia entram em jogo, sendo que os participantes não podem votar em qualquer categoria – com exceção do prêmio de Melhor Filme e Melhor Animação. Isso porque, cada participante representa sua área de atuação, ou seja, um diretor só poderá votar na categoria Melhor Direção, um ator poderá votar em Melhor Ator principal e coadjuvante e Melhor Atriz principal e coadjuvante, e assim por diante.
Cultura Pop no Oscar
Os filmes da Cultura Pop, muitas vezes, não entram na competição pela estatueta. Quando entram, geralmente, ficam restritos a categorias como Melhor Efeito Visual, Melhor Figurino ou Melhor Maquiagem, por exemplo. Muitas produtoras deste segmento simplesmente não fazem filmes para o Oscar, apesar do prestígio.
A Marvel é um exemplo. Seus filmes têm como objetivo agradar e entreter os fãs de quadrinhos e, além do lucro nas bilheterias, acabam ganhando muito dinheiro vendendo produtos dos seus personagens, como canecas, mochilas, brinquedos.
Do mesmo modo, existem filmes feitos exclusivamente para atingir os requisitos desse prestigiado evento, como são os casos dos filmes estrangeiros, os quais devem eleger apenas um para representar o país nos Estados Unidos. Apesar disso, seja qual produção a obra teve, não quer dizer que seja pior ou melhor que outros longas.
“Um filme concorrer em alguma categoria do Oscar, não quer dizer que o filme seja bom, pois achar um filme bom ou ruim é relativo. Mas não dá para negar que isso é um prestígio imenso, independente do que a gente pense ou não sobre o filme. Uma coisa da qual a gente tem que ter ciência é que, se um filme ganha a categoria de Melhor Fotografia, por exemplo, as pessoas que votaram na fotografia desse filme trabalham com isso, elas entendem disso, elas estudaram isso, e elas, teoricamente, assistem ao filme prestando atenção apenas nessa parte especificamente, não interessa o roteiro, a direção ou atuação. Cada votante deve prestar muita atenção naquela área que ele avaliará”, explica Evandro.
Ou seja, independente do que o público pense sobre o filme, ganhar ou concorrer a alguma categoria da premiação tem um significado enorme. Para acompanhar a entrevista completa com o produtor audiovisual Evandro Souza clique aqui.
Embora muitas produções tenham passado pelo tapete vermelho, há algumas produções que marcaram o público, e não deixaram a desejar e foram os mais premiados do Oscar. Confira!
Texto: Camila Teodoro e Gabriela Carvalho
Produção multimídia: Jean Prado
Edição: Carolina Freire