A 49ª edição do Repórter Unesp traz como tema a geração Millennial. Esta que nasceu junto à internet e à popularização das tecnologias e que conta com elas para encontrar sua identidade.
A grande mídia costuma assumir uma postura negativa em relação à geração Y. Sejam estas escritas por gerações anteriores ou até mesmo por Millennials, o estereótipo debatido nas matérias se mantém: o jovem mimado, preguiçoso e que não sabe o que quer. E é neste ponto que a edição se difere destes materiais.
Pensando sobre a dificuldade em encontrar embasamento teórico para tratar a geração Y, até por se tratar de uma tema muito atual e que ainda passa por constantes mudanças, vejo a edição 49 como uma espécie de “manual” ou guia sobre os Millennials. Ainda que não tenha abordado todos, ela deu destaque aos principais assuntos relacionados a esta geração.
Eu, que pertenço à geração Y, me indaguei no início se o público se interessaria por tal tema. Grande parte dos leitores do Repórter Unesp pertencem a esta mesma geração e quem melhor do que nós para sabermos como vivemos, o que nos move e quais são nossas aspirações. Contudo, acabei me deparando com reportagens que derrubaram minhas próprias pré-concepções sobre os Millennials, como em Os jovens adultos estão mais moderados ao consumir álcool e drogas ilícitas. E também com matérias que trouxeram abordagens únicas, como em Para quem é a geração Y?.
Esta última nos apresenta uma discussão valiosíssima. O padrão dos Millennials exige uma determinada condição de vida que nem todos podem ter. Um dos questionamentos decorrentes disto seria a necessidade de uma maior distinção dentro da própria geração Y, já que certas características atribuídas à ela não se aplicam a todos nascidos dentro deste período.
Aspectos técnicos
Em relação aos aspectos técnicos, foram encontrados alguns erros ortográficos na edição. A falta de recursos audiovisuais em alguns conteúdos tornou a leitura cansativa. Além disso, três dos quatro vídeos empregados se restringiram a um mesmo formato, o “fala-povo”. Entretanto, as qualidades de imagem e som foram asseguradas. Além do mais, a falta de fontes comuns em algumas matérias também foi problemática, especialmente quando se tratou da ausência dos próprios millennials debatendo.
Contudo, a edição traz textos bem escritos e com linguagem leve como pede o tema, independentemente da pauta abordada. Especialmente os infográficos se mostraram um ponto alto. Foram muito bem empregados, todos informativos e em consonância com a matéria. Alguns ganham ainda mais destaque por estarem esteticamente muito bonitos. Algo a ser ressaltado, e que deveria ter sido empregado, era a discriminação da idade de cada uma das fontes, já que, para este assunto em específico, ela é de suma importância. Apenas algumas reportagens se preocuparam em apontá-las.
Como bem pontuou “Para quem é a geração Y?”, ser millennial é um privilégio social. Temos as ferramentas e informações necessárias para impactar o mundo, tendo a possibilidade de troca e ampliação de ideias. E isso nos faz inovar e persistir, ainda que com as pressões e os desafios diários. Por fim, a edição 49 se propôs a analisar a fundo estas características e o resultado final foi satisfatório.
Ombudsman: Maiara Freitas
Imagem de capa: Pixabay