Bauru e a situação de vulnerabilidade social

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Entenda melhor as medidas de iniciativa pública ou privada que dão suporte aos jovens de Bauru que vivem a margem da sociedade

A pobreza e a vulnerabilidade social são problemas recorrentes em nosso país, principalmente, quando falamos de jovens, na faixa etária de até 16 anos. A falta de incentivo, seja na escola ou em projetos sociais, acaba deixando os adolescentes em situação de fragilidade social, alguns acabam se desvirtuando e entrando para o mundo dos crimes e das drogas, pois acreditam que é o jeito mais fácil de evoluir e chegar em um bom patamar social no futuro.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Abrinq, em 2018, constatou que 40,2% dos jovens de até 14 anos vivem em situação de pobreza e extrema pobreza no país e aproximadamente 4 milhões de crianças vivem em favelas. Além disso, 17,5% das meninas foram mães antes dos 19 anos.

Pensando em diminuir esses números, surgem os projetos e programas sociais, com o intuito de ajudar e dar um amparo aos jovens por meio de cursos profissionalizantes. Na cidade de Bauru, há alguns projetos destinados a essas crianças, dentre eles, os projetos: Formiguinha, Sessão Pipoca, Transpire Grandeza e, também, a Cáritas Bauru. O último em questão, além de ajudar os jovens, fornece apoio, também, para as famílias.

Assistência que faz diferença, para poucos

Gabriel Felipe Justino é o psicólogo que realiza todo o trabalho de assistência na Cáritas Bauru e explica como funciona a atividade elaborada. “Aqui, nós trabalhamos com dois eixos básicos: o material e o social. O primeiro é a entrega de benefícios, como cesta básica, kit higiene, kit limpeza, vale gás e vale transporte. Esse auxílio é dado para quem se encaixa em alguma situação de vulnerabilidade”.

Para solicitar o auxílio, a pessoa deve se encaminhar ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) mais próximo, onde é agendada uma avaliação com um assistente social e psicólogos da própria Cáritas. Por mês são doadas 50 cestas, 10 kits de cada e uma quantidade de vale transportes que varia de um mês para o outro. Ou seja, apesar de ser de grande ajuda para as pessoas mais necessitadas, o serviço ainda não atende todos que necessitam, e a burocracia também acaba sendo um empecilho.

Veja mais da entrevista com Gabriel Faustino:

Medidas sociais preventivas

Essa dificuldade vai de encontro com a opinião de Ana Izabel Alegre, agente educacional da Fundação Casa. Segundo ela, além da complexidade para conseguir um apoio, “falta muito entretenimento, principalmente, na periferia. Quais opções temos? As possíveis ainda são restritas e poucos têm acesso”.

Até há o projeto contraturno, em que o jovem vai para a escola em um período e no outro faz atividades de esporte e lazer, porém, somente adolescentes até os 16 anos podem frequentar. “E depois dessa determinada idade, o que essa criança faz? Falta a educação profissional, um apoio para que ela encontre um emprego”, questiona Ana.

A agente educacional ainda sugere que, “com a falta de dinheiro e acessibilidade, os jovens procuram fazer os chamados rolezinhos. A prefeitura poderia dar um respaldo, encaminhá-los para um lugar próprio para esses eventos”.

A cidade de Bauru, apesar de ter eventos e projetos para os jovens, ainda deixa muito a desejar, faltam opções que agradem a todos e acolham diversas idades, fazendo com que muitos jovens em situação de vulnerabilidade acabem enfrentando um presente difícil e um futuro incerto.

Repórter: Gabriella Brizotti

Produtora Multimídia: Rhaida Bavia

Editora: Nathália Sousa

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