Se você é jornalista, já deve ter passado pela dificuldade de encontrar fonte apropriadas para ilustrar uma matéria ou já perdeu alguns fios de cabelo tentando extrair informações de extensas tabelas em PDF. E se ainda não passou por isso, ainda vai passar. Para te ajudar nessa situação, esse texto traz duas dicas direto das redações jornalísticas para a sua casa.
- FONTE PRIMÁRIA
Em 2010, a Superinteressante analisou o perfil dos entrevistados da revista e concluiu que apenas 25% das fontes eram mulheres. Posteriormente, em 2013, o assunto foi retomado pela Universidade de Nevada que analisou 352 matérias da primeira página do jornal estadunidense The News York Times e concluiu que, dos entrevistados, 65% deles eram homens e 19%, mulheres (17% eram fontes institucionais).
A ausência de vozes femininas enfraquece o exercício da democracia e o debate acerca de temática voltada às mulheres. Diante dessa situação, o Think Olga, ONG feminista criada em 2013 cujo objetivo é empoderar mulheres por meio das informações, criou um projeto chamado Entreviste Uma Mulher, que propõe realizar uma conexão entre mulheres e jornalistas.
Essa conexão é feita por meio de um banco de dados em que os jornalistas conseguem encontrar mulheres que se disponibilizam a dar entrevistas, participar de debates e palestras. Além do nome, possui também uma mini fonte contanto um pouco mais sobre a entrevistada além de formas de contato.
A plataforma de dados é simples e pragmática, principalmente para os estudante de jornalismo que ainda não tem contato com um banco de dados como nas redações jornalísticas.
A proposta do Think Olga consiste em promover uma diversificação nos veículos de comunicação, partindo do pressuposto de que o primeiro passo para fazer isso são por meio das vozes em que são ouvidas. Com uma maior diversidade de pessoas, o jornalismo consegue atingir um debate mais robusto.
- FONTE SECUNDÁRIA
Idealizada por uma equipe de jornalistas juntamente com o La Nacion e Knight Foundation, Tabula é uma ferramenta que extrai dados de dentro de tabelas em formato PDF e os configura em formato CSV ou Microsoft Excel. Após a conversão, a análise jornalística fica mais fácil de ser executada.
O Tabula consiste em software gratuito em que o download pode ser feito neste link. Ele é compatível com a plataforma Linux, Windows e MacOS, além de possuir uma interface gráfica intuitiva para os iniciantes em coleta de dados.
Um ponto de atenção é que o sofware é baseado em Java, exigindo esse como pré-requisito para rodar. Após o download, o programa não precisa ser instalado. Basta executar o arquivo tabula.jar que o Tabula roda no navegador.
Na internet, é possível encontrar diversos tutoriais em vídeos gratuitos de como instalar e utilizar a ferramenta.
O programa é de fácil acesso e não existe segredo para utilizá-lo. Rapidamente, o Tabula converte os dados em uma tabela Excel, possibilitando o uso de filtros para facilitar a análise. Entretanto, ao fazer essa conversão, os dados são inseridos em um documento em branco e, dependendo da quantidade de informação, a primeira visualização fica confusa.
Em um contexto de Lei da Transparência e desconfiança da gestão pública, o Tabula aparece como a salvação para os jornalistas que utilizam os dados para contar histórias e iluminarem as informações que são de difícil acesso à população devido a forma em que são apresentadas.
Texto por: Isabela Landim, Julia Roberts, Letícia Pinho, Laura Kerche e Natália Santos