Confira detalhes da cobertura do Black Bauru pelo Repórter Unesp.
No último dia 30 aconteceu o Black Bauru, encontro de empreendedores negros da cidade. O evento, que está em sua primeira edição, contou com a exposição de produtos numa feirinha, roda de conversa e painel sobre mercado de trabalho para pessoas negras.
O evento começou às 14 horas e durou até às 22 horas. No início do dia aconteceu a exposição das biojóias da empreendedora Maisa Crespa™, assim como as roupas e bolsas da estudante Daiana Terra. Além disso, outros empreendedores participaram vendendo seus produtos. Posteriormente, em um clima que chegou a máxima de 36º na cidade, os geladinhos de Giovanni Silva, conhecido como “Mistão”, refrescaram os presentes.
O Black Bauru surgiu com a ideia de falar sobre a representatividade da população negra na universidade e no mercado de trabalho, além de discutir sobre racismo estrutural e outras formas de discriminação contra pessoas negras.
Organização do evento
O encontro foi organizado por Beatriz Santana, Juliana Gonçalves e Matheus Dias, alunos de design e jornalismo da Unesp. “O evento é feito de jovens pretos para jovens pretos”, conta Matheus sobre o propósito do Black Bauru.
Segundo os organizadores, o encontro estava em desenvolvimento desde março deste ano e foi pensado a partir de outras iniciativas como essa, que já acontecem anualmente na cidade de São Paulo. Sendo assim, o objetivo da organização é poder consolidar esse evento na agenda da cidade, realizando mais edições do Black Bauru.
Melhores momentos Black Bauru
Às 14 horas o evento teve início com a exposição dos produtos da Maisa e da Daiana. Maisa, empreendedora negra que trabalha com biojóias a cerca de 5 anos, produz pulseiras, colares e filtros dos sonhos. Ela contou para nossa equipe sobre sua dedicação ao negócio. “Eu resolvi ser a minha patroa, escolhi trabalhar com as minhas artes, porque eu acredito no meu trabalho”, explica Maisa.
Já Daiana, estudante de artes visuais, conta que empreende por necessidade dentro da universidade. Ela produz bolsas e vende roupas de brechó, paixão que a acompanha há anos. A estudante explica que além do retorno financeiro, ela vê no empreendedorismo uma forma de se sentir representada.
Sobretudo, “o empreendedorismo negro é importante também por causa da representatividade, porque ver isso te faz continuar sonhando”, conta.
Posteriormente, Giovanni Silva chegou ao evento para vender geladinhos. O estudante começou empreendendo por necessidade quando estudava em outro estado. “O meu primeiro contato com empreendedorismo veio quando eu estava na universidade lá no Paraná. Meus pais me disseram que não tinham mais condições de me sustentar, portanto eu vi que tinha que fazer alguma coisa para ganhar dinheiro e me manter lá”, conta.
Roda de conversa
À tarde houve uma roda de conversa com os participantes e empreendedores que estavam no evento. Eles compartilharam experiências a fim de discutir sobre o papel do empreendedorismo negro nas suas vidas, ou seja, como cada um teve contato com essa área.
Durante a roda, eles explicaram suas dificuldades como empreendedores negros e falaram um pouco sobre a importância do fortalecimento da causa entre si e da valorização do trabalho de pessoas negras.
Daiana Terra abordou a valorização do trabalho de pessoas negras, “eu acho que a galera tem que dar muito valor, porque a gente que empreende na verdade se vira”, descreve ela. “O povo preto faz isso desde que o mundo é mundo”, completa.
Quem ficou até o final do evento, à noite, pôde participar do painel sobre como lidar com racismo no mercado de trabalho, no qual foi discutido a importância e necessidade do protagonismo negro nas empresas. Sendo assim, para falar sobre esse assunto, foram convidados André Ribeiro, da Diáspora Black, Patrícia Santos, da EmpregueAfro e Bruno Brigida, do Clube da Preta.
Galeria de fotos
A equipe do Repórter Unesp que esteve presente no evento, foi composta por alunos do 3º ano do curso de Jornalismo da Unesp Bauru.
Beatriz Bethlem – Reportagem
Felipe Lamellas – Reportagem
Caroline Doms – Produção
Fabiana Farias – Pós-produção
Fellipe Gualberto – Twitter
Giovana Orsari – Câmera
Milena Almeida – Instagram
Rafaela Thimoteo – Facebook
Letícia Alves – Câmera
Anne Hernandes – Fotografia
Repórter: Fabiana Farias Gonçalves
Fotografia: Anne Hernandes