A Ocupação dos Espaços Urbanos no Brasil ainda enfrenta grandes dificuldades

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Desde o início da urbanização no Brasil, muita coisa mudou, principalmente em relação à forma que os brasileiros ocupam suas cidades. E foi exatamente sobre essas ocupações urbanas e suas relações com a população que a 47ª edição do Repórter Unesp  se desdobrou.

Ao questionar alguns leitores suas opiniões à respeito dessa edição, percebi que muitas coisas que havia prestado atenção não foram sequer mencionadas, no entanto, algumas que não me pareciam tão relevantes foram prontamente apontadas. Assim,  com essas respostas em mãos, juntamente à minha posição de jornalista, tentei analisar o todo como a verdadeira função do Ombudsman, em seu significado do sueco, uma representante do povo.

Ainda que, às vezes, de forma um pouco intrincada, o espaço público e o espaço urbano se relacionam diretamente. O espaço público é o local de posse de todos, apesar de muitas vezes essa posse ser negada, seja por desinformação, por insegurança, ou por outros impeditivos. O espaço urbano, todavia, nem sempre é público, pois é constituído por tudo que envolve a urbe, ou seja, a cidade e nem só de espaço público ela é composta.

Com isso em mente, já ao começar a leitura do editorial da 47ª edição, apesar de ficar bem claro o significado das ocupações e dar uma boa ideia do que estaria por vir, permaneceu para o leitor um tanto em aberto a questão da diferenciação e relação entre espaço urbano e  espaço público. Não obstante disso, ao longo das reportagens é visível que essa diferença não está tão clara tampouco para alguns repórteres, que por vezes confundem os termos.

Um aspecto positivo da edição é ela estar voltada à cidade de Bauru, onde o maior público do repórter unesp reside e por isso consegue se relacionar melhor com as pautas desenvolvidas, como por exemplo na reportagem Arte de rua resiste em Bauru. No entanto, alguns leitores relataram de pronto a falta de pessoas comuns como fontes, já que as mesmas são essenciais nessa temática.

Outra problemática também apontada pelo público foram os pequenos erros ortográficos presentes em algumas matérias e o excesso da palavra ocupação nos títulos escolhidos. Por fim, o último aspecto negativo levantado foi em relação aos áudios dos vídeos de algumas reportagens que estão um pouco poluídos e por vezes, muito baixos.

Em contraponto às problemáticas, o tema em si foi tratado de forma muito diferente da forma que é normalmente pautado nas mídias tradicionais, o que é extremamente positivo. Outro ponto elencado nos elogios à edição foi a forma como as imagens, vídeos e infográficos souberam ilustrar muito bem a edição. Em relação aos textos, eles estavam majoritariamente bem escritos e conectados uns aos outros, gerando assim um bom fluxo de leitura. Além disso, o tema é extremamente relevante no Brasil, um país que está aos poucos aprendendo a ocupar seus espaços públicos e urbanos, mas que, como ficou claro após a leitura dessa edição, enfrenta grandes dificuldades para isso.

Ombudsman: Mariana Soares

Imagem de capa: Mariana Soares

 

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