Projeto Político Pedagógico é um documento no qual são constatadas as informações necessárias para mostrar a proposta educacional da instituição. No caso deste curso de Jornalismo que este ano completa 35 anos, começou essa história alguns anos antes.
O professor de Jornalismo da Unesp de Bauru e jornalista de formação, Antônio Francisco Magnoni, leciona desde antes da divisão do campo de Comunicação Social e pôde decerto acompanhar o começo dessa nova fase. Atualmente, a área é dividida em três frentes conhecidas hoje como Jornalismo, Relações Públicas e Rádio e TV.
Primeiro Projeto Político Pedagógico
Os PPP’s são construídos através das demandas sociais e das metas determinadas a partir dos campos do saber e pelas especificações da graduação. Desde a substituição da máquina de datilografar pelo computador, o modus operandi do jornalista se torna outro e a necessidade de se transformar em um produto mais mercadológico afeta não só o profissional em campo mas aquele que está na graduação.
A partir das Diretrizes Curriculares Nacionais atualizadas pelo Ministério da Educação (MEC) no ano de 2003, no qual passou-se a considerar as diferenças culturais, regionais e profissionais dos cursos superiores, a necessidade de mudança estava em discussão.
Havia, também, a necessidade de suprir as demandas profissionais do mercado jornalistico, como podemos conferir no próprio site da Faac – Faculdade Arquitetura, Artes e Comunicação, no qual se explica que a partir da implantação do primeiro PPP o enfoque prevê disciplinas dinâmicas, com conteúdos atualizados ênfase no ensino de práticas profissionais, ligadas a experimentação de novos meios de abordagem teórica e critica.
Segundo Projeto Político Pedagógico
A atual coordenadora do curso de Jornalismo, a professora Angela Maria Grossi, acompanhou apenas o último projeto pedagógico, que teve início na sua discussão no ano de 2016, e só no ano de 2018 suas aplicações ocorreram.
“As mudanças que a gente pensou e discutiu ao longo desse processo de construção de PPP, elas estão muito mais ligadas a inovação de produtos, de processos, adequação à nova realidade social do país, da região de onde vivemos, na adequação de disciplinas, nesse sentido ela pode auxiliar a gente pensar numa formação mais alinhada ao que a sociedade vem vivendo”
Confira um exemplo das mudanças do novo Projeto Político Pedagógico:
Segundo Angela, a busca do atual Projeto Político Pedagógico em atualizar a bibliografia usada dentro da grade curricular, para uma mais próxima da nossa realidade, abordando também os conteúdos produzidos dentro da América Latina.
Resoluções
No ano de 2016, no qual a discussão sobre o segundo PPP começou, a professora Maria Cristina Gobbi, docente que compõe o Departamento de Comunicação Social, produziu um artigo sobre a memória do curso de Jornalismo. Dentro deste documento, ela relembra a memória e relaciona com a identidade da comunicação midiática , cultural e da juventude nos espaços da Faac- Unesp, e assim abarca em lembranças nostálgicas acerca do curso.
O último Projeto Político Pedagógico teve sua aprovação postergada para o final do ano de 2018 . Isso adiamento ocorreu pois durante os debates sobre qual seria a nova grade, houve discordância do Centro Acadêmico de Comunicação e a comissão que tratada dos assuntos do projeto. Os alunos que faziam parte do Cacoff buscavam idealizar um projeto que não trouxesse defasagem para os futuros alunos da instituição.
Do outro lado temos a comissão, que por questões administrativas de divisão de matérias entre os Departamentos de Comunicação e Ciências Humanas entravam em embate apesar de buscarem encaixar as demandas dos alunos no projeto. No auge das discussões os alunos do curso de Jornalismo no seu direito perante a democracia, fizeram um protesto pacífico em frente ao DCSO no dia de uma das reuniões do conselho, entre outras ocasiões em que houve a participação de alunos durante o processo de planejamento.
A necessidade de adequação à uma estrutura que demande melhor qualidade para os alunos, além da contratação de profissionais capacitados na área, acabando com a defasagem de professores contratados, que foi um assunto tratado nas discussões do projeto de 2016, tanto pelos alunos quanto pela comissão.
Desde o ano de 2009, a Unesp e as outras universidades públicas vem sofrendo cortes de verbas exorbitantes, mas mesmo assim mantêm seus cursos com dificuldades, que vão desde cortes de despesas de estrutura física do campus à cortes de projetos de extensão.
A radialista Rosana Poli, que estudou na Unesp nos anos de 1988 à 1993, comentou sobre essa questão, “Eu acredito que os cursos de jornalismo tem de se adequar em relação à estrutura, por exemplo, oferecer laboratórios estruturados pros alunos […] para que os alunos saiam da graduação tendo uma noção do que é trabalhar”.
Nos anos em que ela estudou, Poli acreditava que não havia defasagem entre o teórico e o prático, pois haviam professores suficientes e ligados com o que o mercado pedia na época, porque durante sua passagem pela Unesp, ela conseguiu ingressar no mercado de trabalho cedo e colocar em prática seu aprendizado.
Confira parte da entrevista:
A partir do ano de 2019, entra o processo de adequação das novas mudanças do projeto político pedagógico, como o estágio obrigatório, a inclusão de matérias de relevância teórica no final do curso, a divisão da matéria de psicologia em duas frentes, trazendo mais próxima as questões jornalísticas. A renovação do curso está sendo feita aos poucos mas mostra bons indicativos de que irá melhorar.
Errata
O infográfico fornecido inicialmente com o conteúdo relacionado à grade curricular do curso de Jornalismo da Unesp foi retirado do ar, pois as informações eram referentes à grade curricular prévia.
Atualizado em 23/04/2019 às 11:37
Texto: Valquiria de Carvalho
Produção multimídia: Gabriela Arruda
Editora: Carol Oréfice