Farejador de Plágio: uma ferramenta contra a cópia ilegal
Uma das discussões mais polêmicas entre as pessoas que trabalham com a produção de conteúdo é o plágio. Seja no meio acadêmico ou nos veículos de comunicação, as cópias ilegais podem surgir de diversas maneiras, sendo integrais, parciais ou paráfrases. Para ajudar a combater esse crime, o professor Maximiliano Zambonatto Pezzin, engenheiro da computação, desenvolveu junto com os seus alunos o programa Farejador de Plágio (FDP).
A primeira versão foi divulgada em 2005 e possui duas opções: gratuita e paga. Ambas exercem a mesma função, mas a primeira suporta um tamanho de arquivo limitado e analisa apenas 50% do documento. O programa lê em diversos formatos, exceto o PDF, mas vem incluso com um convertor. A versão paga pessoal custa R$19,90 e a empresarial R$59,90. A vantagem da versão para empresas é que o programa pode ser acessado em mais de um computador ao mesmo tempo com a mesma conta, enquanto que na pessoal ele só pode ser usado em um computador por vez.
O programa é bem simples de ser usado: basta selecionar o arquivo que se deseja analisar, selecionar quais buscadores utilizar e quais sites ignorar, personalizar o detalhamento da pesquisa e deixar rodar. O FDP é capaz de detectar: trechos contínuos e fragmentados, frases soltas, partes de textos reorganizadas, frases reescritas, mudança na ordem dos períodos e erros fonéticos e sintáticos.
Além disso, ele indica quais foram os sites que mais apareceram na pesquisa e gera um documento em Word indicando em qual site determinado período apareceu. Mas como o programa realmente funciona? Considerando o texto como uma sequência de palavras, o FDP analisa e busca trecho por trecho nos sites de busca, assim como um professor desconfiado de um aluno faria. A diferença é que o programa permite que se pesquise em vários buscadores, gerando assim muito mais resultados.
O programa oferece quatro padrões de análise (Rápido, Normal, Detalhado e Rigoroso), que são definidos a partir do número de palavras a serem pesquisadas dentro de um ciclo de palavras a serem ignoradas. O modo rápido, por exemplo, pesquisa 8 ou 9 palavras num ciclo de 8 a 10 palavras “puladas”. Imagine então que um documento de 100 páginas, com busca no modo NORMAL, gerará cerca de 2000 pesquisas, que, usando 8 buscadores, com 10 respostas por buscador, chegará a um número máximo de 160.000 resultados indexados. Todas estas informações são armazenadas na memória do computador, sendo guardadas informações de localização, trecho, site, ordem e site de busca. E depois, o usuário pode salvar as informações e criar uma espécie de banco de dados pessoal. Não há professor que consiga achar esse número de dados.
Além de trabalhos acadêmicos, o FDP também pode ser usado na profissão do jornalista, ajudando a identificar trechos que tenham sido copiados de reportagens que um repórter não produziu. O plágio é considerado crime de acordo com a Lei nº 10.695, com sentença de dois a quatro anos e multa.
Além disso, caso descoberto, o plágio pode acabar com a imagem de um veículo noticioso e, principalmente, com a carreira de um jornalista. Prova disso é o colunista Fareed Zakaria, que foi suspenso pela revista Time após ter copiado trechos de uma reportagem da revista New Yorker.
O Farejador de Plágio pode ter algumas limitações (especialmente na versão gratuita), mas não deixa de ser uma eficiente ferramenta na busca de cópias, e por que não, também na contenção de danos bem maiores.
por Ana Oliveira, Bianca Arantes, Flavia Nosralla e Moema Novais
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