COADJUVANTES: Mulheres na indústria do cinema
Passados quase 13 anos do início da filmagem do longa Boyhood, Patricia Arquette subiu ao palco para receber o seu primeiro Oscar. A atriz colocou os óculos e, com a estatueta e uma folha de papel em mãos, começou com as frases comuns a quase todos os ganhadores – agradeceu a Academia, a equipe, família e amigos. Mas a plateia vibrou – especialmente Meryl Streep e Jennifer Lopez – quando Arquette disse por fim: “É nossa hora de ter igualdade de salários de uma vez por todas e direitos iguais para as mulheres nos Estados Unidos”.
Minutos depois se espalharam rapidamente pela internet texto, vídeo, áudio e gifs do discurso. A atriz colocou em foco o papel coadjuvante que as mulheres têm ainda hoje dentro da indústria cinematográfica. Antes mesmo da premiação, as mulheres no tapete vermelho já levantavam algumas questões feministas sobre representatividade e questionavam o sexismo em Hollywood.
Oscar 2015: Atrizes se rebelam contra o machismo no tapete vermelho
O número de indicações e de ganhadores do Oscar desse ano é grande representação do machismo que ainda circula pelos sets de filmagem. 2015 é o ano do chamado Oscar do descontentamento, pelas várias críticas sociais que a premiação recebeu. A falta de representatividade de mulheres na maioria das grandes categorias ficou clara. Confira os números no infográfico abaixo.
(OBS.: Vale lembrar que a maioria dos votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas – 77% deles – são homens.)
Para mais dados, veja o infográfico Gender Inequality in Film.
Caroline Braga e Lígia Morais